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 REPENSANDO O CRISTIANISMO


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Estudos

 

 

Eu e Deus

 
Creio em Deus. Mas o que significa crer em Deus? Será que crer em Deus significa não matar, não roubar, não mentir, não adulterar ou não se prostituir? 

Oras, se os que mentem dizem acreditar em Deus e os que matam, matam muitas vezes em nome Deus... Então não matar, ou roubar, ou mentir, ou não adulterar não tem nada haver com a minha crença em Deus, pois que muitas ou muitos que se prostituem acreditam em Deus.

Mas então o que significa acreditar em Deus? Será que podemos relativar a crença em Deus dentro de dogmas religiosos? Acreditar em Deus é ter um padrão de caráter mais elevado? 

O que significa acreditar em Deus? Será que significa ser melhor que os outros que teêm uma religião diferente ou um deus diferente, e isso então me faz pensar que sou um ser melhor que os outros?

O que significa acreditar em Deus efetivamente? Porque se acreditar em Deus significa ser mais digno socialmente, é preciso reformular-mos o conceito "acreditar em Deus" porque muitos que dizem acreditar em Deus são indgos de dizerem que acreditam em Deus.





O verdadeiro Evangelho

 
Depois de toda uma vida dedicando-se à uma instituição chamada de Igreja e ao caminho que sempre lhe pareceu o certo,voce esta diante de uma dolorosa dúvida: como é possível ser cristão há tanto tempo e, ainda assim, se sentir tão vazio?

A resposta deste vazio esta na transformação da igreja de Cristo em uma instituição, empresa e organização religiosa, voltada a obter recursos financeiros, foi ai que iniciou-se um processo de perda da verdadeira essencia e identidade da Igreja plantada por Jesus Cristo. Infelizmente, nos dias atuais é difícil econtrarmos dirigentes dessas igrejas, pregando a verdade expressa claramente nas escrituras, pregam de forma a atender os seus interesses pessoais e financeiros da instituição , esquecendo de mostrar para seus membros o caminho verdadeiro de um evagelho voltado para a salvação pessoal e do seu proximo.

O que temos visto é uma suposta igreja de Cristo se afundando em uma religiosidade adaptada para aceitar todo tipo de praticas do mundo(isso para obter mais recursos financeiros), esquecendo das praticas ensinadas por Jesus, também, do dever do Cristão de ser Luz para o mundo, tendo uma vida reta e exemplar na sociedade.

O sal se tornou insípido. A luz está colocada dentro de quatro paredes de uma suposta igreja. A casa foi construída na areia. O Cristo está à porta, mas não lhe abrem passagem. E juram de pé junto com base nas estatísticas de crescimento de sua instituição que estão certos, que Deus esta presente.
A emoção corre solta nos cultos, em pulpitos que parecem palcos de verdadeiros espetaculos da Broadway, isso acontece durante os louvores, pregaçoes, testemunhos e oraçoes com aparatos, palavras e vigor para induzir uma falsa emoção que dura até no máximo ao primeiro passo fora dali, quando o mundo volta a girar em torno do centro da terra, e as panças bem forradas, nem lembram que existem pessoas necessitando de alento e de Cristo. 

Esses maravilhosos pregadores e dirigentes, gostam da midia (Tv, Radio, Jornais e Cultos online), esquecendo que muitos necessitam de contato e calor humano para se achegarem a um Cristo verdadeiro e nao ao um cristo moldado aos tempos atuais e interesses da instituição. Enfim, temos uma suposta igreja de Cristo, voltada para o marketing "uma linha de produtos com a cara da massa”.

O mandamento era ide e fazei discípulos, e o que fizeram? Cínico proselitismo. E sabe por quê? Porque esta igreja atual é uma farsa e estão arregimentando novas “almas” para compor uma sofisticada logística do entretenimento entre quatro paredes. Domingo a pós domingo, testemunhos após testemunhos, mensagem após mensagem, louvor após louvor, dízimo após dízimo, pregadores dizem por conveniência coisas que Cristo não disse e omitem outras que ele disse.

Paulo sempre escrevia para Timóteo falando acerca do valor e utilidade das Santas Escrituras. E, na 2ª Epístola de Paulo à Timóteo, capítulo 4, versículos 1 ao 5, Paulo lhe recomendava:

"Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu Reino: prega a palavra, insta, que seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longaminidade e doutrina, pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres, segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em todas as cousas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o seu ministério".

Temos que viver o verdadeiro evangelho das Santas Escrituras e prega-las para outras pessoas, abrir os olhos do mundo para a salvação proposta por Cristo, sem adaptar, sem criar atalhos, sem defender interesses proprios. Vamos ser verdadeiros discipulos de Cristo, levando ao mundo a verdade expressa no evangelho.

Temos que voltar à verdadeira forma de comunhão com o Pai celestial através de seu filho Jesus Cristo. 

Abraços…

O que é fé?
 

Ter fé não é manipular o sagrado para que as coisas aconteçam, isso é bruxaria (xamanismo) e não cristianismo. Ter fé quem sabe, seja andar no caminho menos trilhado e apertadamente varar do outro lado sorrindo, feliz da vida por ter conseguido vencer as dificuldades crendo, que Deus está conosco. 

Quem sabe ter fé é mais simples do que se pensa; mas não é mágica, e nem força cósmica, nem malabarismo da mente. 

Vai que ter fé é crer sem nada esperar dela... Ter fé ou o que é fé, no cristianismo? 

Sem ela é impossível agradar a Deus. Mas não significa que tenho que mostra-la. Eu seria fariseu tanto quanto os que havia na época de Jesus.

 

 

Devemos comemorar o Natal?

 
Muito se tem falado contra o Natal. Os principais argumentos são origens pagãs ou católicas, a influência mercadológica nos dias de hoje e uma suposta violação do princípio regulador do culto. Apesar de haverem pontos válidos, no VE não cremos que haja qualquer impedimento bíblico para os cristãos comemorarem o nascimento de Cristo – atenção, comemorar o nascimento de Cristo – em uma data qualquer (ou no dia 25 de Dezembro). Iremos abaixo apresentar resumidamente alguns argumentos e referências sobre o assunto.
Em 2010 postamos um texto de John Piper onde ele trata sobre a relevância da origem pagã do Natal. John MacArthur respondendo a pergunta “os cristãos devem celebrar o natal?” argumenta:

As Escrituras não ordenam especificamente que os crentes celebrem o Natal — não há “Dias Sagrados” prescritos que a igreja deva celebrar. De fato, o Natal não era observado como uma festividade até muito após o período bíblico. Não foi antes de meados do século V que o Natal recebeu algum reconhecimento oficial.
Nós cremos que o celebrar o Natal não é uma questão de certo ou errado, visto que Romanos 14:5-6 nos fornece a liberdade para decidir se observaremos ou não dias especiais:
Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. E quem come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus (Romanos 14: 5-6).
De acordo com esses versos, um cristão pode, legitimamente, separar qualquer dia — incluindo o Natal — como um dia para o Senhor. Cremos que o Natal proporciona aos crentes uma grande oportunidade para exaltar Jesus Cristo.


Mark Driscoll diz que quando se trata de questões culturais os cristãos têm três opções: Rejeitar, Receber ou Redimir.

Receber – Há coisas na cultura que fazem parte da graça comum de Deus a todas as pessoas, as quais um cristão pode simplesmente receber. É por isso que, por exemplo, estou digitando em um Mac e vou postar neste blog na internet sem ter que procurar um computador ou um formato de comunicação expressamente cristãos.
Rejeitar – Há coisas na cultura que são pecaminosas e não benéficas. Um exemplo é a pornografia, que não tem valor redentor e deve ser rejeitada por um cristão.
Resgatar – Há coisas na cultura que não são ruins em si mesmas, mas podem ser usadas de uma forma pecaminosa e, portanto, precisam ser resgatadas pelo povo de Deus. Um exemplo que teve grande repercussão na mídia é o prazer sexual. Deus fez nossos corpos para, entre outros fins, o prazer sexual. E, embora muitos tenham pecado sexualmente, como cristãos, devemos resgatar este grande dom e todas as suas alegrias, no contexto do casamento.


Dentro dessa perspectiva, há aqueles que rejeitam o Natal (e não há problema nenhum, desde que se atentem as repreensões de Paulo em Romanos 14). Cremos, contudo, que temos a oportunidade de resgatar esta festividade, usando-a para os seguintes fins:

Primeiro, a temporada de Natal nos lembra das grandes verdades da Encarnação. Recordar as verdades importantes sobre Cristo e o evangelho é um tema prevalecente no Novo Testamento (1 Coríntios 11:25; 2 Pedro 1:12-15; 2 Tessalonicenses 2:5). A verdade necessita de repetição, pois nós facilmente a esquecemos. Assim, devemos celebrar o Natal para recordar o nascimento de Cristo e nos maravilhar ante o mistério da Encarnação.
O Natal também pode ser um tempo para adoração reverente. Os pastores glorificaram e louvaram a Deus pelo nascimento de Jesus, o Messias. Eles se regozijaram quando os anjos proclamaram que em Belém havia nascido um Salvador, Cristo o Senhor (Lucas 2:11). O bebê deitado na manjedoura naquele dia é nosso Senhor, o “Senhor dos senhores e Rei dos reis” (Mateus 1:21; Apocalipse 17:14).
Finalmente, as pessoas tendem a serem mais abertas ao evangelho durante as festividades de Natal. Devemos aproveitar desta abertura para testemunhar a eles da graça salvadora de Deus, através de Jesus Cristo. O Natal é principalmente sobre o Messias prometido, que veio para salvar Seu povo dos seus pecados (Mateus 1:21). A festividade nos fornece uma maravilhosa oportunidade para compartilhar esta verdade.
Embora nossa sociedade tenha deturpado a mensagem do Natal através do consumismo, dos mitos e das tradições vazias, não devemos deixar que estas coisas nos atrapalhem de apreciar o real significado do Natal. Aproveitemo-nos desta oportunidade para lembrar dEle, adorá-Lo e fielmente testemunhar dEle.


E que Deus nos Ajude!
 
 

O nome de Deus

 
Segundo a tradução do texto de Êxodo 3:13, 14, na Versão Almeida, edição revista e corrigida, Moisés perguntou: “Quando vier aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.” Sobre este texto, O Pentateuco e as Haftorás (texto hebraico com tradução e explanação em inglês, editado pelo Dr. J. H. Hertz) diz que na frase “Eu sou o que sou. . . a ênfase está na manifestação ativa da existência divina”. Portanto, seu uso como título ou nome para Deus era apropriado, porque Deus, por libertá-los da servidão egípcia, estava para manifestar de modo notável a sua existência com relação ao seu povo. Hertz diz que “a maioria dos modernos segue Rashi [famoso comentador medieval francês da Bíblia e do Talmude] em verter ‘Serei o que eu for’”. Isto concorda com a versão da Tradução do Novo Mundo, que reza: “MOSTRAREI SER O QUE EU MOSTRAR SER.”

Deus não estava ali falando sobre a sua existência. Isso seria de pensar em vista do modo como alguns tradutores verteram a expressão hebraica ehiéh ashér ehiéh e ehiéh. Por exemplo, a versão portuguesa do Pontifício Instituto Bíblico de Roma, 1967, reza: “E Deus disse a Moisés: ‘SOU AQUELE QUE SOU’. E acrescentou: ‘Assim falarás aos filhos de Israel: — EU SOU mandou-me a vós — ’.” No entanto, Deus fala realmente sobre ele ser alguma coisa. Isto é corroborado pela tradução dos Vinte e Quatro Livros das Escrituras Sagradas, em inglês, do Rabino Isaac Leeser, como segue: “E Deus disse a Moisés: SEREI O QUE EU FOR: e ele disse: Assim dirás aos filhos de Israel: SEREI enviou-me a vós.”

De modo mais incisivo, A Bíblia Enfatizada, de Joseph B. Rotherham, em inglês, verte Êxodo 3:14 como segue: “E Deus disse a Moisés: Tornar-me-ei aquilo que me agradar. E ele disse: Assim dirás aos filhos de Israel: Tornar-me-ei enviou-me a vós.” A nota ao pé da página, sobre este versículo, diz em parte: “Hayah [palavra vertida acima ‘tornar-se’] não significa ‘ser’ essencial ou ontologicamente, mas fenomenalmente. . . . O que ele será não é expresso — Ele estará com eles, ajudador, fortalecedor, libertador.” De modo que esta referência não é à auto-existência de Deus, mas, antes, ao que ele pensa tornar-se para com os outros.

Isto é similar a quando um jovem, tornando-se adulto, medita e diz a si mesmo: ‘O que vou fazer com a minha vida? O que é que me vou tornar?’ Assim, também, quando o único Deus vivente e verdadeiro estava totalmente a sós, ele tinha de decidir o que ia fazer com a sua auto-existência, o que faria de si mesmo, o que se tornaria. Depois de passar na sua solidão uma eternidade de existência antes de criar, ele decidiu tornar-se Criador. Fez um propósito com respeito a si mesmo.

No entanto, o nome pelo qual o único Deus vivente e verdadeiro é conhecido em todas as inspiradas Escrituras Sagradas não é Ehiéh ou “Mostrarei Ser”. No ano de 1513 A. E. C., junto ao monte Sinai, quando Deus milagrosamente inscreveu os Dez Mandamentos em tábuas de pedra e entregou estas ao profeta Moisés, o próprio Deus soletrou seu nome que ele mesmo escolheu. Escrevendo da direita para a esquerda, Deus escreveu a letra hebraica iode, depois hê, a seguir vau e depois outro hê. Sem dúvida, Deus escreveu no estilo antigo das letras hebraicas, não no estilo moderno das letras hebraicas: הוהי. As letras correspondentes, em português, lidas da direita para a esquerda, são: HVHI; ou, no antigo latim: HVHJ. Todas as quatro letras em hebraico, são consoantes, sem vogais intercaladas entre estas consoantes.

Por isso, não se sabe hoje exatamente como Jeová pronunciou este nome divino a Moisés. Durante séculos, foi escrito por escritores latinos como Jehova. Muitos eruditos hebraicos modernos preferem pronunciar o nome como Iavé ou Javé. Mas, assim como não é o filho que dá nome ao pai, assim a criatura não dá nome ao seu Criador. O próprio Criador dá nome a si mesmo.

Entende-se que este nome sagrado, na realidade, é um verbo, a forma causativa, indefinida, do verbo hebraico hawáh. Assim, significa “Ele Causa que Venha a Ser”. Ora, atrás de todo efeito há uma causa, e atrás de toda causa ou causador inteligente há um propósito. Naturalmente, pois, o nome divino que significa “Ele Causa que Venha a Ser” incorpora em si mesmo um propósito. Assinala o Portador deste nome exclusivo como Aquele Que Tem um Propósito. Certamente, foi nesta qualidade que ele apareceu a Moisés junto ao espinheiro ardente, perto do monte Sinai, e revelou a Moisés o que decidiu fazer. Salientando a permanência ou qualidade duradoura do nome divino, Deus disse mais a Moisés: “Isto é o que deves dizer aos filhos de Israel: ‘Jeová, o Deus de vossos antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó enviou-me a vós.’ Este é o meu nome por tempo indefinido e este é o meu memorial por geração após geração.” (Êxodo 3:15) Este nome memorial não deixou de ser Dele até o dia de hoje. É um nome válido, para nós usarmos hoje.
 
 

O universo é infinito.

 

Eu acredito que o universo é infinito, e que Deus o criador criou tudo, por ser um ser Perfeito, o universo também é, entendo que a bíblia diz a respeito da criação em metáforas, o que corresponde a 7 dias, seria a 6 eras geológicas (Arqueozoica, Proterozoica, Paleozoica,Mesozoica, Cenozoica e a que vivemos hoje). O sétimo dia, Deus descansou. Sendo nessas eras construído todo o processo de evolução até os dias de hoje.

Assim, como na genética, onde os filhos herdam genes dos pais, a natureza e a humanidade em si, possuem a essência de Deus,e caminhamos "evoluindo", porém nós humanos precisamos encontrar essa essência (mas isso será assunto para outra parte).

Bom mas aí você se pergunta, se Deus criou tudo, quem criou Deus? Para essa pergunta conclui que Deus é um ser infinito, ele criou tudo, ele é tudo, mas nós humanos somos seres Finitos, nossa capacidade de pensar é limitada, por isso nosso pensamento é polarizado, ou seja, achamos que tudo tem um oposto, exemplo:
Homem - Mulher
Bem - Mal
Bonito - Feio
Rico - Pobre
Por isso criamos a existência do "nada", o vazio absoluto, só para suprir a necessidade da existência de um não ser, então se falamos que antes de Deus existiu Nada, estamos assumindo a existência de nada, e isso seria um paradoxo, já que o  nada  não existe, pois não existe um vazio absoluto.

Logo, Deus não foi criado, ele sempre existiu, ele sempre foi e sempre será, ele simplesmente É! Como escrito nessa frase de Mahatma Gandhi: "Deus é puríssima essência. Para os que têm fé nele, Deus simplesmente é."
Então, Deus é infinito, como diria Camões: "Uma verdade que nas coisas andam, que mora no visível e no invisível!" 

Assim, concluo que nas minhas reflexões, Deus é o Tudo e ao dar origem a vida ele está em tudo, e como está em tudo, tem o poder de modificar  e intervir em algo quando quiser, mas na maioria das vezes deixa o sistema seguir pelas próprias regras que ele mesmo fez, ação, reação... evolução! Como diz um amigo: " O universo faz parte de Deus e Deus contém o universo e vise versa."


E que Deus nos ajude e conspire ao nossa favor.
 
 

DEUS É SOBERANO

 
Dissipemos as inquietações. A Bíblia revela de forma inequívoca que Deus é o Criador do Universo e que tem todo o domínio sobre tudo o que existe. “Ao Senhor, o seu Deus, pertencem os céus e até os mais altos céus, a terra e tudo o que nela existe”. – Dt 10.14. “Tu, Senhor e Deus nosso, és digno de receber a glória, a honra, e o poder, porque criaste todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas”. – Ap 4.11.

Não há dúvidas que as Escrituras revelam que Ele possui atributos que o diferenciam fundamentalmente da sua criação. Ele é onipresente: “Para onde poderia escapar do teu Espírito?” – Sl 139. “Os olhos do Senhor estão em toda parte, observando atentamente os maus e bons”. Pv 15.3. Ele é onisciente porque não há nada que esteja fora do olhar divino: “Revela coisas profundas e ocultas e o que jaz nas trevas, e a luz habita com ele”. – Dn 2.22. Deus é onipotente: “Eu sou o Senhor, o Deus de toda humanidade. Há alguma coisa difícil demais para mim?” – Jr 32.27. Aliás, em diversas ocasiões, Deus é chamado de Todo-Poderoso: “Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, o que é, o que era e o que há de vir, o Todo Poderoso”. – Ap 1.8.

As Escrituras também mostram que em determinados momentos Deus exercita poder unilateral sobre a história, milagrosamente intervindo para mudar o curso das nações e, inclusive, predestinando alguns eventos muito antes que eles acontecessem: “Desde o início faço conhecido o fim, desde tempos remotos, o que virá. Digo: o meu propósito permanecerá em pé e farei tudo o que me agrada”. Is 46.10.

Devido à sua onipotência, Deus não será frustrado em seu propósito de ter para si uma “noiva” (a igreja). Ele garante que, no futuro, o universo estará livre da maldade e que sua glória encherá a terra. Quem negar essas verdades, nega a fé.

Além dessas revelações clara e repetidamente enfatizadas por toda a Bíblia, estabelecemos, obedecendo a lógica, que Deus não pode desfazer-se de nenhum de seus atributos divinos. Deus não teve “escolha” no que é. Ele sempre teve a si mesmo e sempre foi o que é (Eu sou o que sou), porque nunca houve um tempo quando começou. Deus não pode deixar de ser onipotente, nem de ser onisciente, onipresente ou de ser infinito. - 2Tm 2.13.

A Bíblia também revela de forma inequívoca que Deus é amor. – 1João 4.8. Portanto, a forma como ele se relaciona com sua criação foi uma decisão soberana dele. – Sl 103.13. Ele não desejou relacionar-se conosco de outro modo senão através do amor; objetivou um relacionamento em que os humanos fossem considerados com uma dignidade impar. “Pergunto: o que é o homem para que com ele te importes? E o filho do homem para que com ele te preocupes? Tu o fizeste um pouco menor do que os seres celestiais e o coroaste de glória e de honra. Tu o fizeste dominar sobre as obras das tuas mãos; sob os seus pés tudo puseste”. Sl 8.4-6. Rebemos de Deus, inclusive, um mandato para construirmos nossa própria história.

Dotados com a capacidade de pensar, sentir e decidir, os seres humanos foram criados para desfrutarem a intimidade do Deus Trino.- (O Catecismo de Westminster diz que fomos criados para “gozá-lo” para sempre). “... receberam o Espírito que os adota como filhos, por meio do qual clamamos ‘Aba, Pai’. O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus”. (Rm 8.15,16).

Assim, quando Deus criou seres humanos, dotados com a capacidade da razão, emoção, intuição, decisão e liberdade, Ele opta não agir como um déspota. O Deus bíblico não é parecido com deuses gregos e neoplatônicos do período Constantino e não lida com a humanidade como os reis medievais. Ed René Kivitz tratou dos parâmetros para que o amor se concretize em seu excelente “Vivendo com Propósitos” (Mundo Cristão, 2004):

“Nenhum relacionamento sobrevive sem a auto-imposição de limites, pois enquanto o eu for mais importante do que o relacionamento de amor, o relacionamento será utilizado para a satisfação do eu, portanto não será um relacionamento de amor. Comte-Sponville acredita que o amor divino (se é que Deus existe, diz ele) é um ato de diminuição, uma fraqueza, uma renúncia. Absorve o pensamento de Simone Weil que diz que: ‘a criação é da parte de Deus um ato não de expansão de sim, mas de retirada, de renúncia. Deus e todas as criaturas é menos do que Deus sozinho. Deus aceitou essa diminuição. Esvaziou-se de si uma parte do ser. Esvaziou-se já nesse ato de sua divindade. É por isso que João diz que o Cordeiro foi degolado já na constituição do mundo. Deus permitiu que existissem coisas diferentes Dele e valendo infinitamente menos que Ele. Pelo ato criador negou a si mesmo, como Cristo nos prescreveu nos negarmos a nós mesmos. Deus negou-se em nosso favor para nos dar a possibilidade de nos negar por Ele. As religiões que conceberam essa renúncia, essa distância voluntária, esse apagamento voluntário de Deus, sua ausência aparente e sua presença secreta aqui em baixo, essas religiões são a verdadeira religião, a tradução em diferentes línguas da grande Revelação. As religiões que representam a divindade como comandando em toda parte onde tenha o poder de fazê-lo são falsas. Mesmo que monoteístas, são idólatras’. Em outras palavras, um Deus que não se esvazia é um Diabo. Deus não age como tirano e não força seu poder para cima de suas criaturas sob pena de esmagá-las, tirando-lhes todo o espaço de liberdade de que precisam para existir. Deus não invade. Não usurpa. Não manipula”.

Depois de acompanhar o pensamento de Kivitz, continuo citando Comte-Sponville:

"Assim como Deus, que se 'esvaziou de sua divindade', como escreve Simone Weil, e é o que torna o mundo possível e a fé suportável. 'O verdadeiro Deus é o Deus concebido como não comandando em toda parte onde tenha o poder de fazê-lo. É o amor verdadeiro, ou antes, (pois os outros também são verdadeiros), o que há de divino, às vezes, no amor. O amor consente tudo e só comanda os que consentem em ser comandados. O amor é abdicação. Deus é abdicação. O amor é fraco: Deus é fraco, embora onipotente, pois é amor... Cumpre dizer que Deus é fraco e pequeno, e sem cessar moribundo entre dois ladrões pela vontade da mais insignificante polícia. Sempre perseguido, esbofeteado, humilhado; sempre vencido; sempre renascendo no terceiro dia. Daí o que Alain chamava de jansenismo, o qual explicava ele, 'se refugia num Deus oculto, de puro amor, ou de pura generosidade, como dizia Descartes; num Deus que só tem a dar espírito, num Deus absolutamente fraco e absolutamente proscrito, e que não serve, mas que, ao contrário, deve ser servido, e cujo reinado não chegou...' O amor é contrário da força, assim é o espírito de Cristo, assim é o espírito do Calvário: 'se ainda me falam de Deus onipotente, insiste Alain, 'respondo que é um Deus pagão, um Deus superado. O novo Deus é fraco crucificado, humilhado... Não digam que o espírito triunfará, que terá potência e vitória, guardas e prisões, enfim a coroa de ouro. Não... É a coroa de espinhos que ele terá. Essa fraqueza de Deus, ou essa divindade da fraqueza é uma idéia que Spinoza nunca teria tido, ao que tudo indica, que Aristóteles nunca teria tido, e que, no entanto, fala à nossa fragilidade, ao nosso cansaço, e mesmo a essa força em nós parece-me tão leve, tão rara, o pouco de amor verdadeiramente desinteressado de que às vezes somos capazes, ou de que acreditamos ser, ou de que sentimos, pelo menos, a nostalgia ou a exigência."

Chego a alguns corolários a partir desses pensamentos:

1. Quando falo de um Deus que soberanamente escolhe o jeito como se relacionará conosco, não estou procurando redefinir o Deus da Bíblia e sim os conceitos a seu respeito, da teologia que se contaminou com a filosofia grega - principalmente com o neoplatonismo, depois da constantinização e de Agostinho. Na verdade, quero afirmar que a revelação bíblica sobre o Deus Pai de Jesus não combina com as deduções teológicas neoplatônicas.

2. O conceito bíblico da perfeição de Jeová e de Jesus não se assemelha com a perfeição dos deuses gregos. O Deus bíblico não é impassivo ou desprovido de emoções: Ele lamenta: “Ali, nas nações para onde vocês tiverem sido levado cativos, aqueles que escaparem, se lembrarão de mim; lembrarão como fui entristecido por seus corações adúlteros, que se desviaram de mim”. Ez 6.9.-; Ele se alegra: “O Senhor, o seu Deus, está em seu meio, poderoso para salvar. Ele se regozijará em você; com seu amor a renovará, ele se regozijará em você com brados de alegria”. – Sf 3.7; Ele sente ciúmes: “Eles o irritaram com altares idólatras; com seus ídolos lhe provocaram ciúmes”. – Sl 78.58; Ele escolhe: “À medida que se aproximaram dele, a pedra viva – rejeitada pelos homens, mas escolhida por Deus e preciosa para ele”. 1Pe 2.4; Ele é misericordioso: “Quem é comparável a ti, ó Deus, que perdoas o pecado e esqueces a transgressão do remanescente da sua herança? Tu, que não permaneces irado para sempre, mas tens prazer em mostrar amor”. Mq 7.18.

3. Os gregos não concebiam a possibilidade de Deus mudar. Segundo eles, Deus não pode mudar por ser perfeito. Ora, a misericórdia só é possível de ser exercida se houver mudança no coração de quem a exerce. Aliás, misericórdia não exige mudança de quem é alvo dela e sim de quem a pratica. Há inúmeros exemplos bíblicos de que Deus mudou o que faria e tomou medidas até emergenciais, devido as ações humanas.

4. Devemos tomar o máximo cuidado para não tentarmos sustentar a visão neoplatônica de Deus, nos valendo do argumento antropomórfico quando lidamos com o seu caráter. Se afirmarmos que aquilo que a Bíblia fala sobre o caráter divino for um antropomorfismo, jogamos dúvida, inclusive, sobre o seu amor. Ficaríamos nos questionando: “Será que ele ama mesmo ou será que a revelação do amor é um mero antropomorfismo?”.

Deus soberanamente escolheu relacionar-se conosco, nos tratando com uma honra exclusiva. Para viabilizar esse relacionamento, Ele nos dá espaço e respeita nossos arbítrios. Concordo com Henri Nouwen, quando ele afirma que a encarnação sinaliza o desejo de Jeová de concretizar plenamente o propósito relacional: “Jesus é Deus conosco, Emanuel. O grande mistério de Deus ao se tornar humano é seu desejo de ser amado por nós. Ao se tornar uma criança vulnerável, completamente dependente de cuidado humano, Ele quer eliminar toda a distância entre o humano e o divino. Quem pode ter medo de uma pequena criança que precisa ser alimentada, cuidada, ensinada e guiada? Normalmente falamos de Deus como o Deus onipotente, Todo-Poderoso, de quem dependemos totalmente. Mas Ele quis se tornar o Deus não-onipotente, todo-vulnerável, que depende completamente de nós. Como podemos ter medo de um Deus que deseja ser "Deus conosco" e que nos tornemos ’Nós-com-Deus’?

C. S. Lewis escreveu assim em “Cristianismo Puro e Simples” – (ABU, p. 26):

"Os cristãos acreditam, então, que um poder do mal tornou-se por ora o Príncipe deste mundo. Isto suscita problemas, naturalmente. Será que este estado de coisas está de acordo como a vontade de Deus, ou não? Se está, podemos dizer que Ele é um Deus muito estranho; se não, como pode acontecer algo contra a vontade de um ser que tem poder absoluto?

Contudo, todo aquele já exerceu autoridade sabe que uma coisa pode estar de acordo com a sua vontade num certo sentido, e não estar em outro. Achamos que é muito sensato que uma mãe diga a seus filhos: "Não vou ficar vigiando e obrigando que arrumem o seu quarto todas as noites. Vocês devem aprender por si mesmos a deixá-los arrumado". Uma noite ela vai lá e vê o ursinho, as tintas e o livro de francês no chão. Isso é contra a sua vontade. Ela preferia que as crianças fossem ordeiras. Mas, por outro lado, foi por sua vontade que as crianças ficaram com liberdade para serem desordeiras.

O mesmo acontece em qualquer regimento, sindicato ou escola. Basta que uma coisa se torne voluntária para que a metade das pessoas não a faça. Assim, acontece de forma contrária à vontade de alguém; mas essa mesma vontade foi que permitiu que isso acontecesse. É provável que o mesmo tenha ocorrido no universo. Deus criou seres com o livre-arbítrio. Isso quer dizer que as criaturas podem agir bem ou mal. Alguns julgam que podem imaginar uma criatura que fosse livre, mas que não tivesse possibilidade de agir mal; eu não posso. Se uma coisa é livre para ser boa, também é livre para ser má. E o livre arbítrio foi o que tornou possível o mal.

Por que Deus deu então o livre arbítrio? Porque o livre-arbítrio, apesar de tornar o mal possível, é também a única coisa que faz com que todo amor, bondade e alegria valham a pena (o grifo é meu). Um mundo de autômatos, de criaturas que trabalhassem como máquinas, não valeria a pena ser criado. A felicidade que Deus destinou a suas criaturas superiores é a felicidade de serem livres e voluntariamente unidas com Ele e entre si mesmas, num êxtase de amor e prazer comparado com o qual o amor mais arrebatador neste mundo, entre um homem e uma mulher, não passa de uma coisa insípida. Mas para que isso aconteça, as criaturas têm que se livres".

Quero levar esses pensamentos de C. S. Lewis às últimas conseqüências:

1. Deus essencialmente nos criou para relacionamento. Ele, trindade perfeita, é eternamente relacional. Um dos principais atributos do amor é liberdade. Os relacionamentos só podem acontecer com liberdade real. Sem liberdade, qualquer relacionamento ou é coercitivo e, portanto, desprovido de qualquer valor, ou não existe.

2. Quando Deus nos criou, ele não podia gerar seres mais perfeitos do que ele, pois assim criaria deuses mais deuses do que Ele próprio. Não poderia formar um ser igual a si, pois assim criaria um par – Deus, por definição, é incriado. Ele nos formou seres menos perfeitos – somos finitos, mortais, limitados. Entretanto, possuímos capacidade de escolhas e com a real possibilidade de praticarmos o mal – por esse motivo o Cordeiro intencionalmente foi crucificado antes da fundação do mundo: a salvação precede à criação. Conhecendo o risco, Deus providenciou a cura.

3. Se Deus se dispunha criar seres livres, com a real possibilidade de praticarem o mal, ele estava autolimitando sua Soberania. Por que? Simplesmente porque agora conviveria com parceiros capazes de fazer novas escolhas. Mas essa decisão em nada diminui sua Soberania, porque foi uma decisão soberana sua.

4. Se nossas escolhas são reais e não um jogo manipulativo em que cumprimos um roteiro previamente escrito, podemos sim, optar por caminhos que frustrem ou sejam contrários à vontade divina. A Bíblia está repleta de exemplos em que as opções humanas contrariaram as expectativas, projetos ou desejos divinos. Por que quarenta anos perambulando no deserto? Por que escolher o fracassado Saul? O homicídio de Davi constava no roteiro? Por que os lamentos proféticos? O traficante que vende morte cumpre a vontade de Deus? A miséria que dizima milhões todos os anos, com certeza não cumpre nenhum propósito divino, mas é um sinal da queda e da rebelião humana. Os pedófilos e os estupradores não estão a serviço de Deus, mas a contrariar sua vontade.

5. Um projeto relacional implica em respeitar as decisões, inclusive as rebeldes. Não se impor por força, coerção, ou manipulação não sinaliza fraqueza, mas grandeza. Por esse motivo o Senhor exaltou a Cristo; ele sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Quem tem todo o poder e não se vale dele para ganhar o amor do próximo, não é um fraco e sim uma pessoa magnífica. Quando afirmamos que Deus abriu mão de controlar (ou micro gerenciar), não estamos subtraindo a grandeza de Deus e sim enaltecendo. Lavar os pés dos discípulos (inclusive de Judas) não é menos digno do que querer forçar uma nação a se ajoelhar aos seus pés, como tentou Nabucodonosor com sua imensa estátua.

6. A verdade mais linda do evangelho não é só que Jesus se parece com Deus, mas que Deus é exatamente igual a Jesus - nele habitou toda a plenitude divina. Então, quando contemplamos a fragilidade relacional de Jesus, isso não significa um antropormofismo, mas um teomorfismo. Jesus disse a Felipe, “quem vê a mim, vê o Pai”. Jesus foi totalmente humano e totalmente Deus – “Vero Homo e vero Deus”. Entendo que há dimensões da humanidade de Jesus que não podemos projetar no Pai. Quais? Sua limitação física, seu cansaço, sua fome de alimento, sua sede. Contudo, se observamos a humanidade de Jesus chorando sobre Jerusalém e dissermos que Deus é exatamente assim, não diminuímos em nada o Pai, mas o engrandecemos. Quando o contemplamos, abraçando as criancinhas, nele se encarna o amor do Pai. A fragilidade relacional de Jesus, de não querer seguidores por coerção ou suborno, estou convencido, é exatamente igual à de Jeová – igualmente expressas na Parábola do Filho Pródigo, quando coloca a cadeira na varanda e aguarda que o filho caia em si, no Cântico do Amado de Isaías 5 e em tantas outras passagens bíblicas que revelam o coração paterno de Deus.

Ricardo Gondim